Agenda CIEN Brasil - Agosto 2014 - São Paulo

Ressonâncias das Conversações

Conversações CIEN-BR – NRCEREDA-BR - Em SP



Valéria Ferranti

No inicio de agosto aconteceu em São Paulo uma conversação que reuniu CIEN e a NR CEREDA em torno do tema Trauma e Real: o que as crianças inventam? Com o apoio da seção São Paulo da EBP, pudemos receber colegas de diferentes vinculações institucionais.
O laboratório de Campinas apresentou uma vinheta prática, de duas irmãs acompanhadas por um CAPS-i. A virulência clínica e a interface com a precariedade simbólica da família provocou uma rica conversação. Dispositivo usado no seio mesmo da investigação nos laboratórios, a conversação convocou e nos pôs a refletir acerca da invenção. Afinal, o que estas meninas inventaram? É possível tomar uma passagem ao ato como invenção? Qual o estatuto da invenção para o sujeito e para o laço social?
Um caso que se tornou um problema de policia pode ser reenviado a escuta dos praticantes da instituição a partir do momento em que a invenção, como solução, pode ser acolhida e escutada, voltando a ser um caso para os dispositivos da saúde.
Miller em um texto intitulado “A invenção psicótica”1, reforça que para que haja uma invenção é necessário um a priori. Há uma oposição entre invenção e criação a medida que a criação surge do nada, é ex-nihilo, enquanto que a  invenção é possível a partir de materiais existentes.
A partir da conversação foi possível esclarecer que a invenção necessita do laço para poder ser suportada socialmente, ser acolhida e, portanto, é preciso servir-se do simbólico para ter tal estatuto.

1. MILLER, J-A. “A invenção Psicótica”. In Opção Lacaniana, n 36, pp 6 – 16. Maio 2003. Agradeço a Heloisa Prado a lembrança preciosa desta referência.


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